Amélia Rodrigues: Prefeitos expõem grande preocupação com a queda do FPM já nesta terça-feira (10)

Conceição do Jacuipe - Berimbau Conceição do Jacuipe - Berimbau
Conceição do Jacuipe - Berimbau

UPB vai entrar com ação coletiva para contestar decisão do Tribunal de Contas da União (TCU)

Ao menos 101 cidades da Bahia deverão ter perdas nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) em 2023, depois que os dados prévios do Censo 2022 foram publicados pelo Tribunal de Contas da União.

As cidades são classificadas em coeficientes que variam de 0,6 - municípios com até 10.188 habitantes - a 4, que são os municípios com 156.216 habitantes ou mais.

Aberração. Foi com essa palavra que os prefeitos definiram a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que usou dados do censo inacabado do IBGE para definir o cálculo de distribuição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).  Por conta disso, 101 municípios baianos poderão ter queda expressiva no repasse já no próximo dia 10. Os gestores participaram, na manhã desta sexta-feira (6), da Assembleia Geral Extraordinária realizada pela União dos Municípios da Bahia (UPB). O objetivo da reunião foi aprovar a adequação do estatuto da UPB à nova Lei de Associações (Nº 14.341, de 18 de maio de 2022) para que, desta forma, a entidade municipalista tenha representação jurídica para ingressar com ação coletiva contestando a decisão do TCU.

“Os municípios pequenos só têm autonomia no texto da lei, mas na prática a gente não consegue fazer o que precisamos. Brejões, que sua principal receita é o FPM, vai deixar de receber de R$ 4 a 5 milhões por ano. Eu tenho cadastrado na minha rede municipal, abaixo de 15 anos, mais de 3 mil alunos, tenho mais de 11 mil eleitores e o Censo não consegue chegar a 13 mil pessoas”, avaliou o prefeito do município, Alessandro Rodrigues Brandao Correia.

A situação crítica dos municípios que vão perder receita também foi exposta pelo prefeito de Várzea da Roça, Danilo Salles. “Aqui eu vou precisar tirar alguns serviços essenciais para a população justamente porque o FPM agora do dia 10 já será menor. Essa reunião para adequação do estatuto é muito importante”, disse. A preocupação com a queda do repasse também foi exposta pelo prefeito de Camacan, Paulo César Bomfim de Oliveira. “A gente já tem FPM dia 10, Camacan terá queda de receita e isso já pede máxima urgência para dar entrada na ação coletiva”, pontuou.

“Aqui 65% da coleta foi concluída. Tem 35% ainda a concluir. Eu tenho povoado e regiões da zona rural que o censo sequer iniciou a coleta. Também chamo a atenção que alguns municípios vão realmente ter a confirmação do decréscimo da população, mas essa diminuição de recurso precisa ser parcelada para que as pessoas prejudicadas não sofram tanto”, alertou o prefeito de Rui Barbosa, Luiz Cláudio Miranda Pires.

Prefeitos que não sofrem a queda no FPM foram solidários aos colegas, como é o caso de Marcelo Pedreira, prefeito de Governador Mangabeira. “Estamos solidários com todos os 101 municípios. Qualquer mobilização que dependa da nossa participação, estaremos prontos para ombrear com os colegas. Chega de tanto problema. É inexplicável porque quem sempre paga a conta de tudo o prefeito”, lamentou. Sentimento complementado pelo prefeito de Iuiú, Reinaldo Barbosa de Góes. “É com essa importante união que a gente consegue avançar e fortalecer no convencimento, principalmente do TCU. Iuiú não perdeu, mas contem comigo para lutar”, afirmou.

 

Articulação da UPB

 

Além de ingressar na Justiça Federal, a UPB agendou por meio do vice-presidente da entidade, José Henrique Tigre, uma reunião com o secretário de Assuntos Federativos da Presidência da República, André Ceciliano, na próxima quarta-feira (11), em Brasília. A entidade busca também o apoio de parlamentares. Assim que os trabalhos no Congresso Nacional forem retomados, a UPB e o movimento municipalista nacional irá propor a edição de uma Lei Complementar para que, em caso de queda na população, a redução no repasse do FPM desses municípios seja gradual, durante 10 anos, diminuindo o impacto e dando tempo para as gestões se organizarem.

Municípios do BA que tiveram queda no coeficiente do Fundo de Participação dos Municípios em 2023:

  1. Adustina
  2. Amargosa
  3. Amélia Rodrigues
  4. Andaraí
  5. Antas
  6. Aporá
  7. Aramari
  8. Arataca
  9. Banzaê
  10. Barra
  11. Belmonte
  12. Bom Jesus da Serra
  13. Bonito
  14. Brejões
  15. Brejolândia
  16. Buerarema
  17. Caculé
  18. Caetanos
  19. Caldeirão Grande
  20. Camacan
  21. Camamu
  22. Campo Formoso
  23. Canarana
  24. Candeias
  25. Candiba
  26. Canudos
  27. Catu
  28. Central
  29. Conceição do Almeida
  30. Cotegipe
  31. Cruz das Almas
  32. Dário Meira
  33. Dias D’Ávila
  34. Esplanada
  35. Gandu
  36. Heliópolis
  37. Igrapiúna
  38. Inhambupe
  39. Ipiaú
  40. Ipirá
  41. Itabela
  42. Itaguaçu
  43. Itamaraju
  44. Itapebi
  45. Itapetinga
  46. Itiúba
  47. Ituberá
  48. Jaguaquara
  49. Jandaíra
  50. Laje
  51. Livramento de Nossa Senhora
  52. Macaúbas
  53. Maiquinique
  54. Mairi
  55. Malhada
  56. Manoel Vitorino
  57. Maragogipe
  58. Marcionílio Souza
  59. Mascote
  60. Mirangaba
  61. Monte Santo
  62. Mundo Novo
  63. Muritiba
  64. Nilo Peçanha
  65. Nova Canaã
  66. Nova Viçosa
  67. Novo Triunfo
  68. Olindina
  69. Paratinga
  70. Pé de Serra
  71. Pedro Alexandre
  72. Pintadas
  73. Piripá
  74. Piritiba
  75. Planalto
  76. Pojuca
  77. Rio do Antônio
  78. Rio do Pires
  79. Rio Real
  80. Ruy Barbosa
  81. Santa Terezinha
  82. Santaluz
  83. Santo Amaro
  84. São Félix
  85. São Sebastião do Passé
  86. Sátiro Dias
  87. Sebastião Laranjeiras
  88. Serra Dourada
  89. Serrolândia
  90. Simões Filho
  91. Souto Soares
  92. Tapiramutá
  93. Teixeira de Freitas
  94. Tucano
  95. Ubatã
  96. Umburunas
  97. Urandi
  98. Utinga
  99. Valente
  100. Várzea da Roça
  101. Vera Cruz
Fonte: UPB
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